sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mais um do Quintana...

Cidade Vazia V - Paulo Amaral


O MAPA
Mario Quintana - Apontamentos de História Sobrenatural

Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)


Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar

Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Um comentário:

Cacá Ravizzon disse...

Esse, que já era meu poema preferido do Quintana, depois dos 11 anos no Portinho, é ainda mais especial... Poesia... em prosa ou verso... delinea sentimentos... beijos