domingo, 22 de novembro de 2009

Como se esconder de si mesmo

Nem sei como começar, a ferrugem tomou as engrenagens de meu cérebro e o pó toldou minha visão. Assim fiquei por deixar passarem meses desde minha última aparição por aqui, meses em que me neguei em pensar com clareza, meses em que não tive forças de ver meus sentimentos tomarem o corpo de palavras.
Por vezes diversas, a dor de admitir que nem tudo pode continuar como está é uma perspectiva tão insuportável que faz com que consigamos nos esconder de nós mesmos. Mas como se nosso tumulto interior é aquele que nos acompanha ininterruptamente?
Sei lá... São anos de luta contra essa mesma tendência e ainda caio nela com tanta facilidade que nem acredito quando volto a mexer essas engrenagens e tiro toda essa poeira do caminho.
É como uma cegueira ou uma surdez da qual não nos damos conta, daquelas que se espalham aos poucos, e vamos convivendo com ela, nos adaptando a ela de tal forma que fica difícil discernir o que estamos deixando passar, o que estamos perdendo.
Mas estou aqui de volta, não sei por quanto tempo e nem tenho certeza de em qual estado. Talvez o simples fato de formar algumas frases seja o deslumbre de uma chance de sair da zona de conforto e voltar a pensar...